Boa noite, Deus;
Passei um tempo deitado na minha cama, olhando para o teto, procurando alguém. Não consegui dormir. Uma forma inexplicável de solidão veio a mim. Decidi procurar você para me ajudar.
Se eu fosse tentar falar como é essa solidão, a melhor frase seria: eu não me sinto daqui. Eu sinto que tem algo que mudou muito. Sinto como se todos a minha volta fossem diferente de mim. Não há ninguém que realmente chegue para mim e diga: "passamos a mesma coisa".
Não!
Quem está a minha volta pode ter o mesmo gosto que eu de música, de artes, de roupa, mas tem algo muito diferente que não dá para conter: são frias. O meu gosto musical muda, meus amigos mudam, tanto quanto nas roupas e nas artes. Tudo muda em mim. Porém tem algo que não posso dizer que mudou - e sim reencontrei - que sou eu.
O ruim é que esse "eu" é agora nova criatura, é você que vive em mim. E, agora, sofro de uma misericórdia louca por aqueles que passaram por mim. Eles são como garrafas no mar. Vagam... Vagam... Nunca chegam.
Depois que você pegou minha garrafa e leu o que tinha dentro, fez sentido. Tudo fez sentido. Tudo se tornou incrível e a vida possuia um destino. Meu destino era te encontrar, Deus-amor.
O que me fez vir até aqui, escrever essa carta e chorar um pouco, meu amigo de verdade, é a certeza que, por mais que eu ame ainda, aqueles que passaram por mim não podem me entender. Eu antes ria e me divertia. Hoje sou novo e eles estão ainda a vagar no mar. Eles não conseguem ver o que está dentro de mim. Eu até consigo ver o que está dentro deles, mas essa superficialidade momentânea de "te amo demais hoje, amanhã não" não os permite ver que, sim, tudo cerca de amor.
Deixe-me, só hoje, por minha cabeça no seu ombro, Abba-Pai. Posso falar o que quiser para eles, mas só você transforma. Só você conseguiu me buscar do meu abismo, nem lembro qual foi a palavra que falaram para mim. Só lembro de ti, para sempre.
A igreja, meu Deus, está tão diferente também. Eu queria poder dizer que lá eu tenho apoio nesses momentos. Eles estão tão perdidos quanto eu quando não são um dos superficiais. Cada um faz seu culto por si. Quando o assunto é relacionamento com o outro, as pessoas mudam. Querem se unir pelo gosto e caem no mesmo sentimento que eu tenho agora.
Chega de amizade por gosto! Chega de amor pelo externo! As pessoas precisam dizer que vão ajudar as outras e amá-las a qualquer custo, pois senão as poucas que um dia conheceram a ti vão chorar como eu.
Mas, Deus, amado pelo seu povo, renova-me. Renova-me todos os dias, pois um dia só de euforia em te conhecer é pouco. Não há como viver de verdade sem te conhecer. Sem ter em você o exemplo de amor puro, que se sacrifica e não vê com os olhos humanos. Você não vê o momento. Não vê se hoje é do trabalho, amanhã não é ou hoje é da igreja, amanhã não é. Você não liga para onde a pessoa está, se na África ou aqui. Você não liga para o rosto dela. Você só liga para a mensagem (que você escreveu), que está dentro dela, com todo o destino...
E só por isso você veio a mim. Eu nunca poderia merecer-te. Nem nos meus sonhos mais amáveis.
Eu não quero falar de igreja. Tenho vergonha dela, ela não é você. Você é o amor, ela não. É só uma tentativa em te fazer portátil. E quando eu falar de ti, tire o coração de pedra pré-conceituoso nos outros. Abra-os. As vezes acham que a mente deles é a mais aberta possível, mas se prendem em uma "modinha cultural". Cura-os.
Tem tanto cristão antigo que faz pose de te conhecer, mas são frios como pedras. Restaura-os. Quero saber lidar com isso. Sou novo, mas sei que a estrada é longa e só você pode fazer mais.
Eu te amo mais do que tudo. Mais que o mundo. Mais do que essas pessoas. Porém, eu quero que essas pessoas possam entender como é esse momento tão extraordinário que é se encontrar em ti. Esse amor não acaba mais...
Seu sangue tem cheiro de terra fresca, lugar para novo plantio, para recomeçar. Me ajude.
Um abraço do seu apaixonado servo.
---
(Decidi escrever cartas sobre situações específicas que passamos no dia-a-dia. Personagens fictícios e histórias também. Espero que gostem e Deus os abençoe)
Beijínhos e orações
domingo, 29 de agosto de 2010
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
O ponto de Mutação e o Deus claustrofóbico
(...)
Não se engane: Deus é claustrofóbico! Não pode ser aprisionado, domesticado, sistematizado ou deixar-se neurotizar por qualquer demanda humana, para atender ditames religiosos com vistas a aquiescer ou endossar decisões de grupos, estejam eles munidos ou não de “bons propósitos”.
Ele Não pode ser enclausurado num templo, não tem compromisso com métodos, estratégias, estruturas, nem se associa a denominações. Não investe em “ministérios”, não se torna membro de igrejas, e nem mesmo se responsabiliza por aquilo que sai da boca de seus profetas. Além do mais, não se ocupa de cultos performáticos, não se impressiona com milagres forjados, não se associa a auditórios catárticos, não se dobra a coisa alguma, pois, sendo Senhor e Soberano, só faz aquilo que deseja. Por isso, é impossível “conectá-lo” a este ou aquele grupo, pois Ele, simplesmente, age onde quer, usa quem quer, e faz isto da maneira como bem entende.
(...)
Eu não tenho dúvidas em afirmar que a igreja, hoje, está diante do “ponto de mutação”! Nossas estruturas estão exauridas, sofrendo de infecção generalizada. A morte da instituição é algo iminente! Talvez em 2 ou 3 séculos tudo esteja em ruínas. Ou realizamos transformações sérias, ou ficamos na retórica, nos retoques, nas “reformas”, nas mudanças epidérmicas, nos simulacros, nas aparências, no verniz ético, nas exterioridades e conformismos. Que morra a instituição, se tiver de morrer! Mas que sobreviva a Igreja de Jesus Cristo, aquela que está destinada a viver para sempre com Ele.
Eu não tenho “peso” para conclamar mudanças. Mas você que me lê – apóstolo, arcebispo, bispo, líder, presidente de denominação, ou seja lá o que for – saiba, é urgente a necessidade de repensarmos não só o sistema eclesiológico no qual estamos inseridos, mas sobretudo a mensagem que estamos pregando – forma e conteúdo. Sem isto, viveremos em igrejas cheias de pessoa vazias, comunidades sonâmbulas, “com muito movimento e pouca consciência”.
Por mim, quem quiser que pregue heresias. Jesus disse que Suas ovelhas ouviriam a Sua voz. Se estivéssemos fazendo diferença no mundo, com frutos de justiça, todo simulacro religioso seria estelionato visível a olhos nus, e qualquer pessoa, por mais tola que fosse, iria imediatamente discernir. Não quero eliminar o ministério profético, desejo apenas redirecioná-lo.
Está mais do que na hora de voltarmos à simplicidade da mensagem do Galileu, pois só ela é capaz de atingir as massas esgotadas pelo capitalismo selvagem, esmagadas pela cultura da imagem, pela ética dos descartáveis. Estamos diante de homens e mulheres áridos de alma, desprovidos de significados e propósitos existenciais. Eles possuem olhos opacos, mentes embotadas, corações petrificados, mas, creia-me, é gente desejosa de ter uma experiência com o sagrado, transcender, gente sedenta de desenvolver uma espiritualidade sustentável, proativa, instigante, consistente, que materialize no chão da vida novos valores e verdades.
Do jeito que a coisa está, toda proposição vira apenas disputa filosófica. Na Grécia antiga, era comum o cidadão ir a Ágora – uma espécie de praça pública – para assistir aos embates entre os sábios. Houve um tempo em que estes debates eram feitos pelos Sofistas, mestres itinerantes, tidos por muitos como mercenários. O Sofista utilizava-se da argumentação lógica para atingir o seu objetivo, que era vencer o adversário através de suas proposições, e isto independente de ser ou não verdade aquilo que proferia.
Deus nos poupe de cairmos nesta falácia! Encalhar no mar das argumentações, das acusações, perdendo tempo com disputas teológicas, analisando modelos eclesiológicos falidos, presos a eterna verborragia retórica, e assim, esquecermo-nos do principal, das pessoas, de suas dores e dramas.
Neste tipo de disputa, todo mundo perde, e o “espetáculo” fica triste e trágico. Na melhor das hipóteses, o que iremos assistir será, de um lado, com viola e pandeiro na mão, os “novos evangélicos” cantarolando: “ado, ado, ado, cada um no seu quadrado” e, do outro lado do “corner”, equipados com seus trios elétricos e muita “pirotecnia gospel”, os neopentecostais replicando: “tô nem aí, tô nem aí, pode ficar no seu mundinho eu não tô nem aí”. Quem viver, verá!
--
Trecho do texto de Carlos Moreira que li no Genizah, mas o site oficial é esse aqui.
Não se engane: Deus é claustrofóbico! Não pode ser aprisionado, domesticado, sistematizado ou deixar-se neurotizar por qualquer demanda humana, para atender ditames religiosos com vistas a aquiescer ou endossar decisões de grupos, estejam eles munidos ou não de “bons propósitos”.
Ele Não pode ser enclausurado num templo, não tem compromisso com métodos, estratégias, estruturas, nem se associa a denominações. Não investe em “ministérios”, não se torna membro de igrejas, e nem mesmo se responsabiliza por aquilo que sai da boca de seus profetas. Além do mais, não se ocupa de cultos performáticos, não se impressiona com milagres forjados, não se associa a auditórios catárticos, não se dobra a coisa alguma, pois, sendo Senhor e Soberano, só faz aquilo que deseja. Por isso, é impossível “conectá-lo” a este ou aquele grupo, pois Ele, simplesmente, age onde quer, usa quem quer, e faz isto da maneira como bem entende.
(...)
Eu não tenho dúvidas em afirmar que a igreja, hoje, está diante do “ponto de mutação”! Nossas estruturas estão exauridas, sofrendo de infecção generalizada. A morte da instituição é algo iminente! Talvez em 2 ou 3 séculos tudo esteja em ruínas. Ou realizamos transformações sérias, ou ficamos na retórica, nos retoques, nas “reformas”, nas mudanças epidérmicas, nos simulacros, nas aparências, no verniz ético, nas exterioridades e conformismos. Que morra a instituição, se tiver de morrer! Mas que sobreviva a Igreja de Jesus Cristo, aquela que está destinada a viver para sempre com Ele.
Eu não tenho “peso” para conclamar mudanças. Mas você que me lê – apóstolo, arcebispo, bispo, líder, presidente de denominação, ou seja lá o que for – saiba, é urgente a necessidade de repensarmos não só o sistema eclesiológico no qual estamos inseridos, mas sobretudo a mensagem que estamos pregando – forma e conteúdo. Sem isto, viveremos em igrejas cheias de pessoa vazias, comunidades sonâmbulas, “com muito movimento e pouca consciência”.
Por mim, quem quiser que pregue heresias. Jesus disse que Suas ovelhas ouviriam a Sua voz. Se estivéssemos fazendo diferença no mundo, com frutos de justiça, todo simulacro religioso seria estelionato visível a olhos nus, e qualquer pessoa, por mais tola que fosse, iria imediatamente discernir. Não quero eliminar o ministério profético, desejo apenas redirecioná-lo.
Está mais do que na hora de voltarmos à simplicidade da mensagem do Galileu, pois só ela é capaz de atingir as massas esgotadas pelo capitalismo selvagem, esmagadas pela cultura da imagem, pela ética dos descartáveis. Estamos diante de homens e mulheres áridos de alma, desprovidos de significados e propósitos existenciais. Eles possuem olhos opacos, mentes embotadas, corações petrificados, mas, creia-me, é gente desejosa de ter uma experiência com o sagrado, transcender, gente sedenta de desenvolver uma espiritualidade sustentável, proativa, instigante, consistente, que materialize no chão da vida novos valores e verdades.
Do jeito que a coisa está, toda proposição vira apenas disputa filosófica. Na Grécia antiga, era comum o cidadão ir a Ágora – uma espécie de praça pública – para assistir aos embates entre os sábios. Houve um tempo em que estes debates eram feitos pelos Sofistas, mestres itinerantes, tidos por muitos como mercenários. O Sofista utilizava-se da argumentação lógica para atingir o seu objetivo, que era vencer o adversário através de suas proposições, e isto independente de ser ou não verdade aquilo que proferia.
Deus nos poupe de cairmos nesta falácia! Encalhar no mar das argumentações, das acusações, perdendo tempo com disputas teológicas, analisando modelos eclesiológicos falidos, presos a eterna verborragia retórica, e assim, esquecermo-nos do principal, das pessoas, de suas dores e dramas.
Neste tipo de disputa, todo mundo perde, e o “espetáculo” fica triste e trágico. Na melhor das hipóteses, o que iremos assistir será, de um lado, com viola e pandeiro na mão, os “novos evangélicos” cantarolando: “ado, ado, ado, cada um no seu quadrado” e, do outro lado do “corner”, equipados com seus trios elétricos e muita “pirotecnia gospel”, os neopentecostais replicando: “tô nem aí, tô nem aí, pode ficar no seu mundinho eu não tô nem aí”. Quem viver, verá!
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Trecho do texto de Carlos Moreira que li no Genizah, mas o site oficial é esse aqui.
sábado, 21 de agosto de 2010
Sinta!
Se você ler muito é provável que você aceite que Deus exista. Se, entretanto, você for uma pessoa absolutamente preconceituoso com a ideia de Deus é bem provável que você leia qualquer outra coisa que se baseia em boas ideias e que provem que Deus não exista.
Uma dessas ideias que o cristão normalmente acha um máximo é a ideia de profecia. Eu, sinceramente, amo e detesto profecias. Detesto porque é muito manipulável e porque é um fardo enorme de se carregar, mas amo porque é o fardo mais delicioso que alguém pode levar e, quando real, é a chave da fé.
Por que esse assunto tão aleatório? Se eu acho que é o fim do mundo? Tanto faz. Não é isso.
Eu estava lendo um livro e li Isaías 53 dentro desse livro. Tive uma Epifania e isso me obriga a escrever.
Qualquer fé tem profecia.E, sinceramente, tem bilhões de profecias Maias e Egipcias que são estrondosamente melhores que as cristãs. Se for procurar, Jesus possui muito mais chance de ser o enviado do deus Sol do que de Deus.
Porém, eu quero te desafiar em um texto pequeno hoje: Leia o Livro de Isaías e de João. O livro de Isaías é de profecia e João é um livro que mostraria essa profecia se cumprindo. Leia primeiro João e depois Isaías.
Por que? Existe um detalhe que muda tudo. Deus é real! Deus é absolutamente capaz de nos fazer senti-lo. Quando se lê a Bíblia de forma pura, não querendo simplesmente ver como algo de estudo, você está correndo risco. Sim, um risco de vida! Um risco de você perceber que você nem precisava de uma profecia para que tudo fizesse sentido. Mas o lindo de profecias é que ela realmente te prova algo que anteriormente foi sentido. Profecia só faz sentido assim. Profecias do fim do mundo, de prosperidade, de qualqeur coisa só faz sentido quando você sente que isso faz parte de uma transformação na sua vida. Do mesmo tempo como ciência. Ciência só faz sentido quando ela abre portas de explicação de algo que sentia e que te transforma.
Acho estranho pessoas acharem que só aquilo que se prova é plausível de aceitação. Que tipo de fé é essa? Religião de pessoas sem sentir, praticamente. Por isso muitos se perdem.
Eu gosto de ver provas da minha fé, é como Deus mandasse um cartão enorme dizendo 'eu te amo', mas eu não preciso. Eu sinto que Ele me ama.
É claro que eu acredito que utopias e acredito que elas fazem diferença em nós. Porém, quando se sente algo verdadeiro com Deus, que é absolutamente único e inexplicável, bem melhor que o amor que dizem por ai e você consegue ver Deus se manifestando na Bíblia, na evolução ou no cosmo, está desmascarado. Isso não é utopia. É real. Mais real talvez que esse blog. Eu não posso sequer senti-lo. Deus é muito mais real que a realidade. A base de tudo isso não é racionalismo cristão, é o sentir o Amor de Deus e amá-lo.
Corra esse risco: sinta! Corra o risco de nunca mais fazer sua vida ser a mesma
E o Verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade, e vimos a sua glória, glória como um unigênito do Pai. (João 1.14)
Beijinhos e orações
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
O Baile de Máscaras
"Hoje a caminho de casa me entristeci pelo que anda acontecendo comigo e com todo mundo o tempo todo.
Às vezes acho que perdemos a noção da eternidade dentro de nós, vivemos somente no agora como se os dias fossem feitos de atos neutros em relação a tudo e a todos.
Importamos-nos apenas com nosso bem estar, lidando com Deus como se Ele pudesse ser reciclado em novos formatos de acordo com o que nos agrada.
Talvez, por que nos foi ensinado recentemente que o mais importante é sermos nós mesmos, e que Deus tudo entende. E isso não está errado, mas o que ocorre talvez seja o que ocorreu no Iluminismo, o homem tirando Deus do centro e tomando seu lugar, num culto a própria inteligência e, no caso atual, ao prazer. Veja bem! Tudo tem seu lado bom e ruim. Mas é preciso equilíbrio, e acho que isso nos falta. A linha é fina.
Sim, de fato é importante sermos quem somos. O Pai mesmo no deu essa liberdade de nos expressar livremente diante Dele; mas me parece que esquecemos quem Ele é. Deus!
Ele continua sendo onipotente, onipresente e onisciente; continua sendo digno de respeito, de que nos importemos com sua opinião, continua sendo o sábio que dá bons conselhos. Ele ainda é o Pai que tem autoridade e que devemos baixar a crista de nossa rebelde postura mimada ao lhe falar e obedecer. Deveríamos ser “adultos”, filhos maduros ao invés de eternos adolescentes.
Ele ainda é e sempre será um Deus que persiste em nos amar sim, mas que também não é mal resolvido a ponto de ficar mendigando nosso afeto, como se precisasse nos adular pra conseguir algo, não somos nós que fazemos Dele quem Ele é. Ele é o EU SOU e pronto. Continua a nos amar e ajuda quem permite que Ele assim o faça, Ele nos dá o direito da escolha; permanecendo o mesmo, estando nós longe ou perto.
Mas e nós? Quem nos tornamos longe da Sua presença? Será que permanecemos admiráveis? Será que nos tornamos pessoas melhores quando nos fechamos em nosso orgulho e independência e nos privamos de pedir ajuda?
Aonde queremos chegar com tantas mascaras? Quando deixaremos de oprimir a nós mesmos com tanta arrogância? O que esta acontecendo com o que tomamos como referencia pra respaldar nossos atos? Porque invertemos tanto, porque essas escolhas, aonde queremos chegar?
Parece que agora o mais importante é ser inconstante, é ser cada vez mais camuflado em si mesmo e reprimir a verdade, é rejeitar o que é bom e engolir o que não presta.
Até quando? Até quando nossas vidas serão movidas a base de sorrisos amarelos, roupas do momento, grupinhos de “todo mundo faz” e o bom é não parecer cristão?
Agora Cristo virou algo ruim?! Desde quando?! Porque até onde eu sei, ser cristão é ser como Ele, que tem a vida semelhante à Dele, que O faz ser lembrado através da maneira pela qual vivemos, é ser um pequeno cristo. E que mal há em ser reconhecido como tal? Porque rejeitamos tanto isso? Envolvemos Ele na nossa roupa suja, como parte das nossas impurezas, como se Ele não fosse alvo como a neve, como se fosse algo e alguém do qual devêssemos nos envergonhar…aff!
Eu posso estar errada, mas talvez seja hora de parar, e me incluo nisso, parar de lançar alicerces falsos e flutuantes travestidos de barata e rasa “plenitude” nas rodas de nossas vãs discussões pela vida a fora, onde lutamos pra proteger a ilusória idéia do nosso “mundinho perfeito” e do que pensam de nós ao invés do que realmente sentimos e do que realmente somos.
Que tenhamos a coragem de enfrentar nossos medos, nos libertar da escravidão de certos pensamentos, que superemos as artificiais relações e não temamos a profundidade, que não fujamos do encontro com o espelho, da descoberta, da intimidade. Que decidamos nos aproximar do que é real e busquemos humildemente a Verdade, e Esse por sua vez nos libertará enquanto Se faz caminho aos nossos pés cansados e feridos pela distancia imposta pelo orgulho e dureza de nossos corações e que da morte do que pra trás fica Nos gere vida, e essa… Eterna…, porque não devemos nos esquecer, é para a eternidade é que fomos feitos.
Leane Barros no site da SEXXXCHURCH"
Às vezes acho que perdemos a noção da eternidade dentro de nós, vivemos somente no agora como se os dias fossem feitos de atos neutros em relação a tudo e a todos.
Importamos-nos apenas com nosso bem estar, lidando com Deus como se Ele pudesse ser reciclado em novos formatos de acordo com o que nos agrada.
Talvez, por que nos foi ensinado recentemente que o mais importante é sermos nós mesmos, e que Deus tudo entende. E isso não está errado, mas o que ocorre talvez seja o que ocorreu no Iluminismo, o homem tirando Deus do centro e tomando seu lugar, num culto a própria inteligência e, no caso atual, ao prazer. Veja bem! Tudo tem seu lado bom e ruim. Mas é preciso equilíbrio, e acho que isso nos falta. A linha é fina.
Sim, de fato é importante sermos quem somos. O Pai mesmo no deu essa liberdade de nos expressar livremente diante Dele; mas me parece que esquecemos quem Ele é. Deus!
Ele continua sendo onipotente, onipresente e onisciente; continua sendo digno de respeito, de que nos importemos com sua opinião, continua sendo o sábio que dá bons conselhos. Ele ainda é o Pai que tem autoridade e que devemos baixar a crista de nossa rebelde postura mimada ao lhe falar e obedecer. Deveríamos ser “adultos”, filhos maduros ao invés de eternos adolescentes.
Ele ainda é e sempre será um Deus que persiste em nos amar sim, mas que também não é mal resolvido a ponto de ficar mendigando nosso afeto, como se precisasse nos adular pra conseguir algo, não somos nós que fazemos Dele quem Ele é. Ele é o EU SOU e pronto. Continua a nos amar e ajuda quem permite que Ele assim o faça, Ele nos dá o direito da escolha; permanecendo o mesmo, estando nós longe ou perto.
Mas e nós? Quem nos tornamos longe da Sua presença? Será que permanecemos admiráveis? Será que nos tornamos pessoas melhores quando nos fechamos em nosso orgulho e independência e nos privamos de pedir ajuda?
Aonde queremos chegar com tantas mascaras? Quando deixaremos de oprimir a nós mesmos com tanta arrogância? O que esta acontecendo com o que tomamos como referencia pra respaldar nossos atos? Porque invertemos tanto, porque essas escolhas, aonde queremos chegar?
Parece que agora o mais importante é ser inconstante, é ser cada vez mais camuflado em si mesmo e reprimir a verdade, é rejeitar o que é bom e engolir o que não presta.
Até quando? Até quando nossas vidas serão movidas a base de sorrisos amarelos, roupas do momento, grupinhos de “todo mundo faz” e o bom é não parecer cristão?
Agora Cristo virou algo ruim?! Desde quando?! Porque até onde eu sei, ser cristão é ser como Ele, que tem a vida semelhante à Dele, que O faz ser lembrado através da maneira pela qual vivemos, é ser um pequeno cristo. E que mal há em ser reconhecido como tal? Porque rejeitamos tanto isso? Envolvemos Ele na nossa roupa suja, como parte das nossas impurezas, como se Ele não fosse alvo como a neve, como se fosse algo e alguém do qual devêssemos nos envergonhar…aff!
Eu posso estar errada, mas talvez seja hora de parar, e me incluo nisso, parar de lançar alicerces falsos e flutuantes travestidos de barata e rasa “plenitude” nas rodas de nossas vãs discussões pela vida a fora, onde lutamos pra proteger a ilusória idéia do nosso “mundinho perfeito” e do que pensam de nós ao invés do que realmente sentimos e do que realmente somos.
Que tenhamos a coragem de enfrentar nossos medos, nos libertar da escravidão de certos pensamentos, que superemos as artificiais relações e não temamos a profundidade, que não fujamos do encontro com o espelho, da descoberta, da intimidade. Que decidamos nos aproximar do que é real e busquemos humildemente a Verdade, e Esse por sua vez nos libertará enquanto Se faz caminho aos nossos pés cansados e feridos pela distancia imposta pelo orgulho e dureza de nossos corações e que da morte do que pra trás fica Nos gere vida, e essa… Eterna…, porque não devemos nos esquecer, é para a eternidade é que fomos feitos.
Leane Barros no site da SEXXXCHURCH"
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Se abastando de Pureza
Se vocês tivessem ideia de como eu estive frustrada, vocês iriam valorizar muito esse texto.
Como vocês podem perceber, eu passei muito tempo sem escrever. Eu finalmente percebi que o que eu estou vivendo é uma crise desde Fevereiro/Março e que ela sofre picos de vez em quando. Eu ainda estou me recuperando, mas acabei de acertar o "imagem e ação" que Deus estava tentando fazer comigo. Isso é incrível, me fez decair em 30% da frustração que andei nesses dias. É muito. Deus sempre sabe o que faz.
Faz duas semanas que Deus me veio com uma palavra. Essa palavra é Pureza. No começo pensei: será que vou ouvir alguém falando sobre pureza? Depois eu percebi: não, sou eu mesmo.
O que é Pureza? Para que ser puro? Existe pessoa pura? Existe pureza com pecado? Existe impureza sem pecado?
Nós gostamos de olhar sempre o que é pecado. Ser impuro é uma pessoa que vive em pecado.Está bem, e o que é pecado? É desagradar a Deus? E você conhece tão bem a Deus para ter certeza absoluta se algo é pecado ou não?
Vocês conseguem perceber que não é esse caminho que faz a pessoa pura? É outra coisa e acho que isso faz toda a diferença.
Hoje pureza está sendo muito vista como sexualidade. Grande parte do resto do que era pureza se perdeu na sociedade de que "diferença não é impureza, então não podemos dizer que essa pessoa é impura, ela apenas é diferente".E além disso, pureza sexual está se desgastando também (ainda com muitos tabus), porque o ato sexual em si, verdadeiramente, nunca significou nada. O que significava era o sentimento e hoje, se isso se perde no relacionamento todo, muito mais no ato sexual que o principio se torna apenas o prazer. Não haveria impureza porque não é o ato em si que causa a impureza e sim os sentimentos. Esse é um ponto de vista.
E, sejamos sinceros, estou falando isso sobre pessoas cristãs, que ainda possuem um medo de ser impuras que não possui fundamento. Sabe porque não possuem funcamento? Por que voltam aquelas perguntas no fim: O que é pureza? Eu tenho medo do que a tradição cristã diz. O que é tradição e o que é cristianismo? Você conhece Deus tão bem assim para saber a linha que separa?
Pessoas não cristãs, por obra da cultura global, seguem o relativismo moral, onde o que é puro, é puro paa você e talvez não seja para mim. Nós aqui estamos olhando pela ótica cristã (sem nenhuma vinculação diferente de base, além de Cristo) e acreditamos que existe verdade. Se existe verdade, existe uma verdade para pureza. Mas voltando ao assunto.
Não há como definir se alguém é puro pela noção de pecado. Moisés escreveu 10 mandamentos e não 10 pecados para não cometer. Pureza não é cometer pecado demais ou de menos. Cometer menos pecado acaba sendo consequencia do estado de pureza.
Porém hoje eu descobri o que Deus estava fazendo mimica para mim. Ele estava fazendo mimica de uma música que se chama 'Tua Graça Me Basta'.
Para ilustrar isso, quero contar umas historinhas.
Certa vez conversei com um garoto cristão que não conseguia ficar sem ter relacionamentos serio com ninguém e ele se sentia mal. Naquele dia eu não queria falar com ele e eu me lembro tão bem de ter dito: "Você não precisa de nada disso se Deus te bastar."
O mais legal, não foi eu ter falado isso, não mesmo porque o que eu faço não tem nada demais, mas sim porque eu me sinto muito só às vezes e o que eu falei para ele ficou muito mais marcado em mim no que nele.
Eu tenho certeza hoje que o que faz alguém ser puro é unicamente se bastar de Deus.
Por isso eu acho que não deveria ser abolido o celibato, mas sim a obrigatoriedade nas igrejas católicas.
Se bastar apenas de Deus é a coisa mais completa e mais tentadora de não ser feita. Pode perder para o perdão, mas absolutamente nada te torna mais puro do que depender de Deus. Nem é depender de si porque nosso coração é enganoso, mas de Deus que nos mostra o quanto nada importa tanto quanto Ele.
Isso não me veio do nada. Isso me veio lendo 2 Coríntios 12.7 quando fala sobre Paulo que para não se ensoberbar com a grandeza das revelações, recebeu um "espinho na carne" (espirito mal). Ele pediu para Deus tirar e Deus fala "A minha graça te basta, porque o poder se aperfeiçoa na fraqueza."
A graça de Deus é aquilo que nos faz desistir de tudo para viver por Deus. Ela nos faz aguentar qualquer coisa, espera o tempo que for. Paulo é o exemplo classico de pessoa que sofreu pelo evangelho. Leia 2 Coríntios 11.16. É incrivel que uma pessoa como essa não enlouqueceu e não desistiu de tudo. É incrível como os martires e os missionarios possuiam/possuem a noção de que só Deus basta. É loucura acreditar que dinheiro, comida, vestimenta e até mesmo paixões são tão secundárias que não merecem nosso coração.
E pureza? Pureza é um estado de espírito daquele que não sente desejo por mais nada além da simplicidade do amor de Deus. Por isso, sim, pureza afeta a sexualidade (o que me importa os prazeres se tenho Deus?), a forma de comportamento (o que me importa aquilo que gosto de fazer se Deus é aquilo que mais desejo?) e a visão de pecado (não pensarei o que é pecado ou não, pensarei o que é mais agradavel a Deus e isso farei).
Por isso a Alma farta pisa no favo de mel, mas para Alma faminta todo amargo é doce.
Nós vivemos numa sociedade faminta.
Será que você é capaz de pisar no favo de prazeres? Ou sua alma é faminta? Isso é o que define pureza.
Não importa se o que você come é amargo ou doce se sua alma é apenas um poço de desejos de prazeres. Nada é de fato saciador.
Nós temos que encarar desejos como algo que não importa. Pecado como algo não interessante. Pureza como consequencia de um relacionamento com Deus e não vice-versa.
Beijissimos no coração e orações sem fim
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